Estética Pampraieira, a música (arte y cultura) como plataforma de memória que conecta temporalidades, territórios imaginários y corpos sensíveis pelo pampa de mar.

A ideia central desse projeto é: apresentar através da criação de um disco de memória; produções textuais e audiovisuais; as Canções de Mar ao Sur: Uma Estética Pampraieira. Realizada na costa subtropical brasileira, tendo a cidade do Rio Grande como ponto de partida para essa pesquisa musical. Traçando uma ponte que conecta as canções praieiras de Dorival Caymmi e a Bahia tropical de todos os santos; com a praia do Cassino, no extremo sul subtropical também brasileiro e de todos os santos. Onde estados distantes na geografia, se encontram no território das águas. Por onde a ancestralidade africana chegou a ambas.

A percepção de que muitas canções escritas por pessoas nascidas em Rio Grande ou que há muito tornaram a praia do Cassino sua morada, apontam para um imaginário cultural comum ao imaginário cayminiano. Com canções plásticas que cantam a paisagem natural de seu próprio território e que acessam um sincretismo religioso comum, pela decorrência do processo violento de colonização que se deu no Brasil, pelo oceano Atlântico em toda a extensão do território nacional.

Rio Grande é uma cidade portuária situada no extremo sul do Rio Grande do Sul, cercada de água quase em sua totalidade. Com suas ilhas: da Torotama; Marinheiros; Leonídio e a praia do Cassino, é pertencente ao bioma Pampa. Palavra de origem Aimará e Quéchua que quer dizer: região plana. É pelo pampa que ganhamos essa dimensão de sul expandido, com suas fronteiras culturais que posicionam Rio Grande nesse lugar fronteiriço entre RS-Brasil, Uruguai e Argentina.

Este projeto lança olhar para a cena cultural sul americana da qual nosso território de pampa y mar pertence, apontando para a urgência da construção de um novo mapa cultural a ser traçado. Com epistemologias próprias e livres das interferências dominantes, da cultura produzida a partir de pressupostos teóricos e simbólicos do pensamento homogêneo e homogeneizante do europeu colonizador.

Um projeto como uma investigação cultural de si. Uma pesquisa sobre a ancestralidade desse território comum e fronteiriço que é o extremo sul do Brasil, onde as paisagens sonoras de Pampa y Mar reverberam ecos em suas artes. Criando um mosaico polissêmico entre: som, imagem e palavra; distribuídos nas redes do projeto. Atingindo e impactando pessoas para além da cidade do Rio Grande, mobilizando todo esse território pampraieiro.

A costa litorânea do rio grande do sul passando por Uruguai e Argentina (nessa conexão que o bioma pampa nos dá.) Entendendo que registrar esse movimento autêntico e em conexão com outros é também oferecer uma narrativa outra sobre o Rio Grande do Sul que não só a de um estado embranquecido e colonizado só por europeus. Na concretude desse projeto, apontamos para um território mais diverso, mais afroindigena brasileiro e isto reflete em todas suas cores, sonoridades e imagens concentradas nos produtos culturais encontrados nessa plataforma.

Mais informações e atualizações acesse nosso blog

Visão Original do projeto dezembro de 2019 via apresentação do prezi